Olissipo 2
Há pouco entusiasmei-me tando com a descrição das minhas memórias da baixa que acabei por não falar da sessão de compras.
Sempre que vou à baixa com tempo faço questão de sair do metro nos Restauradores. Ou do comboio no Rossio (quando a estação está a funcionar). Depois sigo a pé. Evitar os entrevistadores no Rossio faz parte do ritual. Adoro sentir o cheiro da castanha assada, ver as floristas.
Depois dirijo-me ao Chiado. Olho para o elevador de Sta Justa que encaixa na perfeição com o local e ao qual, tenho a certeza, me oporia se o decidissem construir agora.
A rua do Carmo é sempre inesperada. Ontem deparei-me com um grupo etnográfico que cantava as janeiras. No meio da capital era mostrada uma das nossas tradições. Depois reparei na Alma Lusa, fica mesmo frente à H & M e tem uma amostra do design português. Gostei tanto do nome que por uns momentos pensei como é possivel só agora se lembrarem dele para uma marca genuinamente nossa. Entrei e vi os artigos. Eram demasiado caros para o meu bolso, mas o conceito cativou-me. Até a musica era portuguesa, e da que eu gosto. Era a minha Mafalda.
Evitei a Fnac para evitar demoras. Entrei em algumas lojas. Procurei as pechinchas inexistentes e depois segui para a rua Augusta. Evitei os carros mal estacionados e lá cheguei. Nem imaginam a confusão que em pequeno me fazia uma rua sem carros. Vasculhei as lojas. Fiz uma compra.
Mais uma vez no meio dos alfacinhas, turistas e pseudo-indios mexicanos senti-me parte da cidade. Pensei como os edificios bancários fechados tiravam a vida da cidade. Senti pena por ser uma zona com poucos moradores. Um plano de devolução da baixa às pessoas seria para mim o melhor. Para evitar os incómodos de não poder ter automóvel à porta devia ser efectuado um plano de transportes públicos que liguem a baixa a parques gratuitos para moradores. Se fosse possivel concretizar tal plano e misturar edificios de habitação com alguns serviços, lojas e hoteis de charme o centro da cidade iria certamente agradecer.
Enfim, fantasias à parte, estava na hora de voltar para casa. De novo, a entrada no metro só deveria ser feita nos Restauradores. No caminho o som mais uma vez inesperado e caracteristico dos sinos de uma igreja. Uma das muitas que existem na baixa e não se notam entre os prédios pombalinos.
Adoro poder apreciar a baixa sózinho de vez em quando. Tudo sabe bem.
Só sabe mal ver que à noite a baixa está morta. Faltam cafés abertos. Ali ao lado o largo do chiado e o bairro alto fervilham de vida. A baixa não. É pena. Faltam pessoas.
8 comentários:
A tua Mafalda???
Vírgula!
A nossa Mafalda!
Não queiras ter o exclusivo da Alma Lusa! ;)
a Mafalda é minha porque é de todos e não é de ninguém. Porque escreve pelo prazer de escrever e canta poemas que a todos dizem respeito.
É a minha Mafalda e a tua também porque tem Alma Lusa
Mas eu vi primeiro!!!
A sério!!! Mãeeeee!!!
Eu vi primeirooooo!!!
E se vos dissesse que conheço pessoalmente parte da família Veiga da vossa Mafalda?!?
Ui, chef, que preciso de fazer para que me apresentes a Mafalda? Temos casório, ai temos temos!
Vou-me ali perfumar e arranjar e já cá volto para me arranjares um primeiro encontro!
lol
não dizias nada de especial. um dos meus colegas de trabalho é primo dela :p
tu casar com a mafalda? ela já é mãe e tudo...
Ai!!!
Se ela enviuvar avisem-me!
(desculpem ser tétrico, mas tenho que me chegar à frente)
Pássaros do sul... bando de aves tontas :P
:D
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